PREÇO DO OVO REGISTRA ALTA DE 51% E MUDA HÁBITOS DE POTIGUARES

Região

O preço do ovo disparou em Natal, registrando um aumento de 51% em pouco mais de duas semanas. Segundo levantamento do Procon Natal, a bandeja com 30 unidades, que era vendida a R$ 17,73 em janeiro, já chega a R$ 26,90 em supermercados da cidade, conforme apurado pela reportagem da TN na terça-feira (18). O avanço da inflação do produto acompanha um movimento nacional, impulsionado pelo aumento das exportações, alta nos custos de produção e maior demanda interna.

O economista Helder Cavalcanti Vieira explica que o aumento tem relação com fatores globais. Nos Estados Unidos, um surto de gripe aviária ocasionou o abate de aves, o que reduziu a produção no País. “Foi uma quantidade enorme de aves abatidas. Houve uma queda na oferta de ovo lá, algo que é extremamente relevante para a culinária americana, então os EUA, para suprir essa eficiência, veio buscar no Brasil e aumentou as nossas exportações para lá em cerca de 33%. Isso, de certa forma, desequilibrou a nossa oferta interna”, explica.

Fatores climáticos, que causaram desequilíbrios em regiões produtoras, e a elevação no preço da carne também contribuíram para o aumento da procura, analisa o economista Helder Cavalcanti. “O ovo é um elemento básico da alimentação, é um item que praticamente todo brasileiro consome. O ovo é uma proteína que substitui a carne. Então, aquelas pessoas que não conseguiram acompanhar o poder aquisitivo para ter a carne, passaram a ter o ovo como alternativa”, comenta.

Nos supermercados, o impacto foi imediato. De acordo com Mikelyson Gois, presidente da Associação dos Supermercados do Rio Grande do Norte (Assurn), o preço quase dobrou em questão de semanas. “Percebemos esse aumento e foi um aumento muito rápido, coisa de duas semanas. Nesse caso, podemos dizer que realmente houve um salto nos preços. A gente estava vendendo de R$ 15 – até menos, com algumas promoções – e já está beirando os R$ 30 em alguns locais”, conta.

A alta sazonal da Quaresma também ajudou a impulsionar os valores, já que há um aumento na procura por ovos nesse período, especialmente entre consumidores que evitam carne vermelha, acrescenta Gois. “Quando vai chegando perto da Quaresma, até a Semana Santa, muita gente pratica a abstinência de proteína animal e há uma migração para proteína do ovo. Sobe de preço, porque aumenta o consumo e a gente já tinha o aumento da carne. Quando você aumenta o consumo e não tem produtos suficientes para atender, eles regulam isso pelo aumento do preço”, diz.

Além dos aspectos sazonais, de aumento de consumo interno e crescimento das exportações, manter as criações de aves também ficou mais caro, o que ajudou a puxar o preço do ovo para cima, analisa Mikelyson. “Além do mercado externo querendo consumir e pagando melhor, porque o dólar está caro, tivemos aumento dos insumos para a manutenção das aves, para a criação – tanto de ração, como de vacina – e outras coisas que o pessoal que produz em grande escala usa”.

VIA TRIBUNA DO NORTE

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